Diminutivos como "Mechita" são frequentemente utilizados (em algumas culturas) para chamar crianças de forma carinhosa e protetora. Ao adoptar esta expressão como título da sua peça, a criadora pretende levar o espectador a pensar sobre o poder de uma ancestralidade que, mesmo que não seja conhecida pelo próprio, se manifesta. No olhar, nas mãos, na voz, no corpo, sem pedir autorização. É uma reflexão a partir de fragmentos vividos por uma mulher, transposta para o corpo de várias mulheres. É sobre o estado de encantamento em tudo o que existe ou possa existir. O trabalho criativo passa por visitar, conhecer e explorar as raízes da criadora que a conectam a uma herança cigana, legado este deixado pela família paterna. Pretende-se que seja criado um cruzamento entre o universo da criadora e o das intérpretes, utilizando-os enquanto arquivos vivos, onde nos deparamos com estes campos comuns: infância perdida, liberdade, voz, ser menina/mulher e corpo coral. MECHITA transcende a narrativa simples da vida e da morte para se tornar uma celebração do ciclo contínuo de renovação e transformação. É um ato de resistência contra o esquecimento, uma busca pela beleza efémera do viver.
- Estúdios Victor Córdon
09 dezembro 2025 — 12 dezembro 2025
- Residências Artísticas — 2025
- Info
Sol Garcia em residência nos EVC com o projeto "MECHITA".
Imagem
© Ilustração de Cheila Garcia no livro "Ten Bulls or Ten Herding Pictures", de Kakuan Shien (ed. Tornada Small Press)
