Que som é este que faz uma língua e que tantos sentidos lhe dá? Poderá uma paisagem sonora definir o fundo das nossas vidas? ÃO, ditongo nasal específico da língua portuguesa, é um espectáculo que une a coreógrafa Ana Rita Teodoro, o músico João Neves e o performer e escritor André e. Teodósio. O ponto de partida, na senda de artistas tão diversas como Meredith Monk ou Fátima Miranda, é a construção de uma experiência sensorial onde a narrativa e a estética visual não se sobrepõem à construção sonora. A sonoridade resulta de composições musicais originais que trabalhem com esse ditongo de tão difícil elocução para quem não domine a língua portuguesa. O som e as palavras, que implicam a língua, os pulmões, o esqueleto e a relação com o meio envolvente, materializam-se em ideias, idiomas, impelindo para a ordem e o recreativo. ÃO é um espectáculo coreográfico, musical e, de certa forma etnográfico, que inscreve no presente os sentidos gerados a partir de uma experiência sonora do passado, quando alguém disse: ÃO.
-ÃO (título provisório)
(terminação latina -o, -onis ou -anus, -a, -um)
sufixo
- Indica valor aumentativo (ex.: mulherão; paredão; salão).
- Indica valor diminutivo, com uso pouco frequente (ex.: calção; caravelão; escotilhão).
- Indica origem ou proveniência (ex.: aldeão; cidadão; coimbrão).
- Indica acção ou resultado da acção (ex.: puxão; rasgão; repelão).
- Indica agente da acção (ex.: berrão; mandão; saltitão).
- Indica idade (ex.: quatrocentão; trintão).
- Indica recipiente (ex.: embalão; papelão; vidrão).
- Indica instrumento (ex.: esfregão; picão; segão).