Um espetáculo de dança, com músicos ao vivo, que vive da alteridade entre a presença dos corpos e as suas imagens projetadas em tempo real e diferido. Um espectro caleidoscópico de realidades, desdobra a própria imagem e presença do corpo em múltiplos lugares, numa analogia que toca os desafios do Corpo virtual.polifónico.multireferencial, que todos nós temos vindo a experienciar cada vez mais.
Em parceria com o videasta João Catarino, Yola Pinto e Simão Costa convidam vários artistas a partilhar o palco, transformado num espaço heterotópico comum.
Procura contrapor a hipótese de um corpo como receptáculo e/ou meio de transporte de um intelecto com uma ideia multidimensional desse corpo inserido num sistema de vários reflexos, seguindo várias escolhas de (co) ordenação.
Aqui, a linguagem verbal, premissa basilar que permite catalogar uma visão unívoca e mensurável do mundo, dá espaço a outras formas de percepção e experiência do real circundante, para falar do inefável poder do que está para além das palavras.
Cruza inspirações das mais recentes pesquisas em neurociências (nomeadamente da literatura científica do neurocirurgião português, António Damásio), transduzidas para o modus operandis coreográfico e musical, assim como da filosofia, como é disso exemplo Frederico Campagna (in Da Técnica à Magia).