Morrer Pelos Passarinhos, de Lígia Soares e Henrique Furtado Vieira, tem como primeira motivação a pesquisa sobre movimentos artísticos que, no século XX, surgiram na sequência de momentos históricos de colapso social para, a partir destes, criar enunciados performativos que nos façam lidar com o nosso fim do mundo de hoje. O projeto entende o teatro como espaço interdisciplinar, deixando que ele seja livremente contaminado por outras artes ou práticas artísticas.
Desta forma, propõe-se aprender com as gerações passadas para expressar o «não sentido», o ser humano dissecado pela desordem do mundo, expresso no seu luto, contrariando a naturalidade com que aceitamos a sua degeneração.
Tratando-se de um projeto fortemente sediado na pesquisa sobre movimentos artísticos do século passado e na experiência participativa do teatro, este será desenvolvido a partir de uma série de residências onde haverá também oportunidade de trabalhar junto de diferentes grupos e comunidades, de modo a alargar o gesto performativo. No fim de cada residência haverá mais uma peça que se irá juntar a uma coleção, que pode variar em forma, disciplina, dimensão e contexto de apresentação. Morrer Pelos Passarinhos procura uma forma diferente de difusão dos espetáculos, pela participação e adequação do projeto a cada local.
A fase de pesquisa teve início em novembro de 2023 e irá desenvolver-se ao longo de 2024, resultando numa coleção de atos performativos a estrear em maio de 2025 no Teatro Municipal do Porto.
FICHA ARTÍSTICA