Mono-no-aware ― Rafael Alvarez

Agenda
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  • Estúdios Victor Córdon
  • 20 fevereiro 2024 23 fevereiro 2024

  • Residências Artísticas 2024
  • Info
O artista multidisciplinar Rafael Alvarez estará nos EVC para preparar a sua nova criação, com estreia marcada para o Festival Transborda em abril.

Mono-no-aware (物の哀れ), o «pathos das coisas», termo japonês dificilmente traduzível por «uma empatia para com as coisas» ou «uma sensibilidade especial sobre as coisas efémeras», está relacionado com a consciência e celebração da inevitável transitoriedade das coisas, assim como uma leve tristeza ou melancolia inerente ao estado de mudança, transformação e efemeridade presente na realidade e na vida quotidiana, manifestando-se também como uma expressão emocional em relação à natureza, uma forma de antecipação nostálgica da impermanência do tempo presente e do derradeiro paradoxo da vida (morte vivida) que é a sua finitude. Na literatura clássica e poesia japonesa, refere-se ao ideal estético do mono no aware, que implica uma sensibilidade particular de consciência e capacidade de resposta para alguma coisa, um objeto inanimado ou mesmo um ser vivo, ou uma resposta emocional sobre uma pessoa.

O projeto coreográfico interpela e convoca diferentes materiais imagéticos e poéticos, partindo deste lugar de memória e evocação, e simultaneamente de aceitação e contemplação do tempo presente e da sua transitoriedade, propondo pôr em prática um verdadeiro «laboratório criativo de coisas efêmeras», corporalizando e indagando este estado mono no aware. Um corpo nostálgico que se desequilibra entre dois filtros temporais e duas realidades, o passado, o presente e uma ideia de futuro. Corpos, lugares e espaços que funcionam em condições não hegemónicas são os espaços das alteridades, que não estão nem aqui nem lá, que são simultaneamente físicos e mentais. Espaços e corpos que sobrevivem fora das condições não hegemónicas. Corpo(s) da alteridade para lá do espelho da realidade.

As imagens morrem em palco e são levadas para fora dele?

Se um corpo não se dissolvesse, não desaparecesse como nevoeiro, as coisas perderiam o poder de nos mover?

FICHA ARTÍSTICA
Direção Artística, Coreografia e Realização Plástica | Rafael Alvarez
Cocriação e Interpretação | Mariana Tengner Barros, Noeli Kikuchi e Rafael Alvarez
Desenho de Luz e Direção Técnica | Nuno Patinho
Fotografia | Elisabeth Vieira Alvarez
Design Gráfico | Paulo Guerreiro
Produção e Difusão | BODYBUILDERS / Rafael Alvarez
Coprodução | Festival Transborda / Casa da Dança - Almada, Festival Citemor, Teatro das Figuras/Teatro Municipal de Faro, FMK International Dance Festival (Laos)
Apoio à Criação | Fundação GDA
Apoio à Internacionalização | Républica Portuguesa - Cultura/Direcção-Geral das Artes

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