O mundo está constantemente a escapar-nos. O presente é um lugar de disputa entre o passado vivido e o futuro por vir. Como pensar o corpo e o seu movimento como um rastro e ao mesmo tempo uma projeção? Uma tentativa de curvar o tempo para a frente e para trás em simultâneo, como um processo de memória e de devir. Habitar uma temporalidade espiralar na qual o corpo vibra em escuta profunda, contra a linearidade e o separatismo espacial. Desarmar as categorias de sujeito e de objeto para ser-se movido por algo além de si mesmo. Um esforço de convivência de linguagens entre movimento e voz que ressoam e fazem o corpo transbordar enquanto textura, sensualidade e sensação, expandindo-se a uma condição imanente, movendo-se em direção à carne. ― João dos Santos Martins
Ficha artística