Esta é uma história de quatro figuras, TODOS, ALGUÉM, QUALQUER UM e NINGUÉM. Havia uma decisão a tomar, o acontecimento e TODOS tinham a certeza de que ALGUÉM o faria acontecer. QUALQUER UM poderia tê-lo feito, mas NINGUÉM o fez. ALGUÉM irou-se porque era um trabalho de TODOS. TODOS pensaram que QUALQUER UM poderia fazê-lo, mas NINGUÉM imaginou que TODOS deixassem de fazê-lo. No final, TODOS culparam ALGUÉM quando NINGUÉM fez o que QUALQUER UM poderia ter feito.
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Figuras que fazem tudo e, contudo, nada conseguem. Gritam em silêncio, o mudo silêncio do corpo. Dobram o corpo em dois, acham uma metade espacejada com tudo, cheiamente com tudo. O que fica do tudo? O oposto da existência. Será que é o cheiro do espaço ou o vazio? Tanto faz. Que fique a solitude preenchida de nós no acontecer.
Ficha Técnica