"COSMOGONIAS - eles não nos poderão matar o espírito" (título provisório) surge em sequência do meu último projeto a solo intitulado "a besta, as luas", no qual enuncio, através de gestos e sons, uma representação possível da geografia política de um corpo não submisso. Um corpo ancorado numa pulsão rítmica constante, desenhando gestos intransigentes, eróticos e paradoxais na busca de afirmação de uma individualidade, em reconciliação com a sua identidade e sexualidade. Neste sentido, sendo este trabalho uma extensão do anterior, proponho uma abordagem cuja frontalidade do gesto potencialmente erótico será substituído pela sua dilatação e diluição, criando uma peça coreográfica que se rege por princípios de circularidade e incompletude, tornando visível uma figura que atravessa paisagens oníricas em constante metamorfose.
FICHA ARTÍSTICA E TÉCNICA