Peeping Tom é uma companhia de teatro de dança belga, fundada por Gabriela Carrizo e Franck Chartier. Com Eurudike De Beul, que se tornaria um colaborador frequente na companhia, criaram uma primeira performance para um espaço específico, intitulada Caravana (1999).
Tudo no trabalho de Peeping Tom parte de um cenário hiperrealista. O espaço aparece-nos como familiar, por exemplo na forma de um jardim, uma sala ou uma cave, na primeira trilogia (Le Jardin, 2002; Le Salon, 2004; Le Sous Sol, 2007), duas caravanas numa paisagem coberta de neve em 32 rue Vandenbranden (2009) ou uma casa de repouso em Vader (2014).
A um dado momento, os criadores rompem com este realismo. Criam um universo instável que desafia a lógica do tempo, espaço e estado de espírito. Tornamo-nos testemunhas - ou melhor, voyeurs? - do que normalmente permanece escondido e não dito. O isolamento conduz a um mundo inconsciente de pesadelos, medos e desejos, que os criadores usam habilmente para iluminar o lado sombrio de uma personagem ou de uma comunidade. O huis clos das situações familiares continua a ser uma grande fonte de criatividade para os artistas. Abrindo a porta para que entremos no seu imaginário rico e vasto, assistimos então uma fascinante luta contra o próprio ambiente onde nos movemos e contra nós próprios.
Desde 2013 que Peeping Tom desenvolve produções com outras companhias e teatros.
A sua obra Triptych: The missing door, The lost room and The hidden floor (2020) recebeu o prémio para Melhor Produção Teatral Internacional dos Prémios da Crítica da Catalunha, em Barcelona (2023).