António Tavares é coreógrafo, bailarino, investigador, músico, desenhador e agitador cultural. Tem a seu cargo a direção artística do Centro Cultural do Mindelo e do espaço Bombu Mininu, na ilha de São Vicente, em Cabo Verde.
Pensa a sua dança no universo da descolonização e diz que Cabo Verde está à espera da “revolução corporal” para se libertar das amarras do tempo colonial. Considerado uma das figuras-chave na história da dança contemporânea, defende que a dança, mais do que performance artística, é filosofia, política e utopia.
Iniciou a sua carreira na cidade do Mindelo como bailarino do grupo Mindel Stars, com o qual fez a sua primeira digressão internacional em 1986, tendo visitado a Holanda, Senegal, França e Macau. Em 1991, fundou os grupos Crêtcheu e Compasso Pilon, desenvolvendo um trabalho de pesquisa sobre a dança africana e, principalmente, as danças tradicionais cabo-verdianas.
Além de trabalhar com vários coreógrafos portugueses, tais como Olga Roriz, Aldara Bizarro, Francisco Camacho, Rui Nunes ou José Laginha, tem desenvolvido o seu próprio trabalho e produzido inúmeros espectáculos, entre os quais se destacam Fou-Naná (1997), Danças de Câncer (1999), Opera Crioulo (2002) ou Jus Soli (2011).